quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

NÃO SE ENGANE, O SEU CANDIDATO NÃO SERÁ DIFERENTE!

A ideia de que nossos governantes são benevolentes e que atendem as necessidades do povo não é novidade que é mentira. O principal objetivo tanto do executivo quanto do legislativo é angariar votos e conseguir a reeleição.  Tal hipótese denominada ciclo político econômico, faz parte da “nova economia-política” a qual tenta trazer novas ferramentas econômicas para entender o processo político- econômico.
Nesse sentido, buscando entender como nossos governantes atuam perante a sociedade, devemos entender que dentro dessa teoria existe um “ciclo” e que duas coisas são importantes, desemprego e inflação. O governante que consegue atingir essa meta, como consequência garante a reeleição. Mas, como funciona esse ciclo?
Imagine que eu, governante, assumo a presidência de uma pais e de imediato assumo suas contas e deveres perante a sociedade. Como existe contas a pagar, a primeira coisa que faço é tentar quita-las, porém, diferente de um boleto que pago diariamente, como governante ao fazer esse tipo de política representa um tipo de contração da economia. Dessa forma, inicialmente pode existir desemprego, e diminuição do produto na sociedade que governo. Como desculpa, posso dizer que o governante anterior gastou demais e de forma indevida ou posso dizer que o que gastei na gestão anterior foi necessário e esse é o momento de quitar essa conta.
Porém, na segunda parte do meu governo com parte das minhas contas pagas posso investir novamente, aumentando o emprego, diminuindo o desemprego, aumentando o produto e caso siga tudo bem, diminuir a inflação. Mas, no período seguinte já sei que por fazer esse tipo de política, terei um grande problema a resolver, quitar essa dívida. Mas atingi meu objetivo, consegui a reeleição ou consegui eleger o candidato que apoiei. 
Essa tendência pode ser observada em vários governos, e possivelmente ser a resposta para a decadência de muitos outros. O governo de Dilma por exemplo, pecou ao tentar manter o consumo ao longo de seu governo e não tentou pagar a conta do governo anterior, como consequência próximo as eleições de 2014, cometeu um erro fatal, tentou segurar a inflação com meios diretos e incentivar o emprego via senhoriagem ou emissão de moeda. Como consequência, 2015 seria um ano em que “uma bomba” estava prestes a explodir e quem assumisse estaria no centro do problema.
As consequências foram mais trágicas do que apenas desemprego e inflação, o segundo governo de Dilma estava isolado, o legislativo estava contra o governo e aos poucos a governante foi sofrendo o golpe.
É importante salientar que existem distorções no cálculo de inflação e que mesmo estando a uma taxa baixa, pode significar altos custos a população. Um exemplo atual, é o governo de Temer, que graças a ação da natureza, gerou uma grande quantidade de commodities tendo a sorte de que a inflação diminuísse, nossas safras foram as responsáveis pela diminuição da inflação. Por isso, existem diferentes formas de calculo para a inflação, dada sua complexidade.
É importante observar o desespero de muitos governos em seguir essa receita. Supondo que nossos eleitores sejam racionais (que tomam decisões baseadas nas informações que possui) seguir esse caminho na economia pode significar a diferença entre se reeleger ou ficar no limbo político. Salvatto (2010) por exemplo, faz um estudo sobre o período de 1985 a 2006, Como principais resultados ele encontrou fortes evidências estatísticas de manipulação oportunista pré-eleitoral sobre a taxa de inflação no período após implementação do Plano Real, e sobre as taxas de desemprego e crescimento do produto, não houve rejeição da hipótese de ação oportunista sobre o gasto público e o déficit governamental.
As eleições de 2018 podem ser decididas pelo apoio do atual governo, pois a corrida pelo status” bom” está em ritmo acelerado e mesmo não sendo verdadeiro os resultados, ele devem ser decisivos.

Autor: André Lucas Baculi - Graduado/Mestrando em Economia.

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